Encantados e Cancelados
Exposed do mundo real disfarçado de magia, para proteger a reputação dos personagens

Foto: Reprodução Internet
No reino de Cancelópolis, onde os Stories valem mais que sentenças e o perdão só chega via Pix, se armava mais um espetáculo público disfarçado de desavença.
Tonho dos Santos, pai dos Pequenos Milagrosos , um clã de mini dançarinos excêntricos que encantam os súditos com passinhos e frases virais e a Missionária Bilheteria do Céu, mestra das orações tarifadas e das bênçãos com chave, tramaram uma encenação: uma briga inventada, roteirizada para movimentar o engajamento dos fiéis e atiçar a plateia dos curiosos.
Mas eis que entra em cena a cabeleireira do povo, confidente informal, ouvinte de bastidores e conhecedora dos segredos entre uma escova e outra. Achando que poderia ganhar o apreço de Tonho...talvez até sua parceria ela revelou o que a Missionária dizia longe dos holofotes. Palavras ditas em off, entregues como oferta, na esperança de demonstrar sua fidelidade ao Tonhão.
Tonho escutou.
Fingiu silêncio.
E depois, entregou tudo… a sua falsa inimiga digital.
A Missionária não perdoou. Subiu aos stories com o cajado da justiça em punho e anunciou: enviará processos a dona do salão. A corte de Cancelópolis parou para assistir. Os blogs locais ferveram. E a dona do salão virou personagem pública da pior forma: tema de threads, reacts e lives, muitas feitas por ela mesma, tentando limpar o próprio nome no tribunal da internet.
Mas, na manhã trágica de um conto,
o feed silenciou.
A dona do salão se foi...
Entre um suspiro e um post, a personagem virou lembrança.
E o reino de Cancelópolis, tão rápido em julgar, agora tropeça nas próprias palavras deixadas no ar.